Wednesday, September 8, 2010

Sobre a morte...

Esse post deveria ser sobre o meu novo emprego, sobre o terremoto, a feijoada maravilhosa que comemos outro dia, ou mesmo sobre as festas que a nossa querida Célia tem feito exaltando nossa língua portuguesa… mas não… eu quero falar de outra coisa.

Hoje eu quero falar de alguém que foi muito importante na minha vida, que me ensinou muita coisa e que me fez viver um tempo maravilhoso… eu não trocaria a adolescência que tive pela de ninguém…

Eu nunca esperei a perda… nunca esperei.. e nem achei que ela viria desse jeito, me mostrando sem nenhuma piedade que as pessoas não estão aqui pra sempre… e que não existe data certa pra ninguém. E eu fiquei chocada… eu nunca esperei… Eu chorei como se meu coração estivesse querendo sair do peito e senti dor como se uma ferida enorme tivesse se abrido em mim. Eu abracei o meu Edu com os olhos fechados… eu só tinha ele naquele momento, e o que eu queria era alguém que tivesse participado dessa minha etapa pra entender a tristeza que eu estava sentindo… e eu sei que naquele momento meu Edu entendeu isso, e ele entendeu que tudo o que eu tinha naqueles segundos de agonia era o ombro dele… e eu chorei… como se ele não estivesse ali…

É difícil acreditar nessas coisas… é difícil acreditar que alguém possa simplesmente não existir mais… nada do sorriso, dos olhos, da alegria… só o eco da morte nos ouvidos de quem não entende o que é morrer… eu não entendia, eu não entendo…

Eu precisaria muito mais do que uma mensagem pra acreditar no que eu lia… e pra minha surpresa, abaixo da primeira mensagem, cheia de dor e tristeza, haviam outras 6, de 6 amigos diferentes relatando a mesma coisa… o acidente, a UTI, os dias de sofrimento e a dor de perdê-lo tão moço… Foi-se o Badr da minha adolescência, do meu aprendizado, dos meus tantos sorrisos e choros… Foi-se o Badr embora desse mundo… ninguém esquece alguém tão especial..

E ele, parecendo que sempre soubera, nos falava em tom de brincadeira – Não sofra quando eu morrer, por que eu vou estar num lugar bem melhor do que aqui, olhando vcs… Eu não quero luto, eu quero vinho na minha morte… Como se soubesse que seria assim, cedo…

Alguns dias antes de dormir fico pensando como é possível alguém deixar de existir… Como é possível? Talvez simplesmente não seja... Ele vai viver sempre no coração e nas lembranças das tantas pessoas que o conheceram e o amaram… E isso vai ser tão forte, que a voz dele vai ecoar sempre na existência de cada uma delas… Na minha existência…

“Acho que quem está de fora não pode condenar, condenar simplesmente é desprezível — é preciso compreender.” Caio Fernando Abreu

3 comments:

  1. Pois é, amiga: quem somos e o que somos traduz-se, no fim, à forma em como tocámos a vida dos outros. Um beijo enorme!

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  2. Sem comentários prima. Queria eu estar ai do seu lado quando vc recebeu essa notícia, afinal, foi a época em que nós estivemos mais próximas. Quero que saiba da importância que vc tem na minha vida EU TE AMO.

    Bj

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  3. linda escrita Luinha... e com certeza ele leu e abriu aquele sorrisão. =*

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